segunda-feira, 30 de novembro de 2009

POEMINHA SOZINHO




Triste como a chuva


Frágil como asa que já não voa


Sensível como um vulcão


Que exploda tudo por dentro


Quando a lágrima tocar meu peito


Alma em erupção.






Yasmine Lemos


30/11/2009

PAISAGENS




Para extravasar sou dona do meu pedaço de papel, na hora em que escrevo , rasga tudo por dentro, apago, componho novamente.


Inteiramente livre, podendo construir diversas versões de sentimentos de aço, ouro, prata e vidro.


Paisagens dentro do peito.


Outras se passando constantes na minha frente, nada ilusório, sonhos acordados na realidade do vento que espalha toda a história pelo chão.


Mesmo a caneta falhando, uma certeza de estar acertando, zelando nos registros minhas quedas e tropeços. Estava tentando, isso é um fato.


Erros e acertos, realçando no grafite da memória as partes mais significantes.


Até mesmo nos erros que cometi.






Yasmine Lemos


30/11/2009

 

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

VOVÓ MARIA - Sem medo do tempo



Vovó Maria, nome de avó de contos de fadas.

Completou seus 90 anos de vida.

E eu com a sensação de não saber nada da vida.

De não precisar de respostas.

De não precisar o tempo todo pedir desculpas.

Chegar ao estágio humano e emocional sem tanta complicação.

Sempre quis saber o que é a corrida dos homens contra o tempo, enquanto o tempo rir da velocidade que os engole calmamente.

Dos homens que não sentam nas calçadas e não perguntam aos sábios por imaginarem já saber de tudo.

Somos tão medrosos. Medo do tempo.

Com 90 anos existe um respeito da vida daquele que carrega o tempo no bolso, fazendo de conta que o comando está em suas mãos. E não está?

Temos medo de tantas coisas, vou procurar ter medo de assombrações, acreditar em fadas e mundos encantados. O tempo não consegue acompanhar o sonho.

Queria poder viver tudo, e como ela faz quando ouve uma música, dedilhar na borda da mesa como se tocasse um piano ,cantando ,buscando letras que ainda emocionam.

Nada de mais.

Parabéns minha Vó, nossa Bisa.

Yasmine Lemos

27/11/2009

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

MEDO



Sou qualquer coisa que sente medo, amor, agonia, saudade. Sou uma mulher sem nada nas mãos, tentando encontrar  caminhos não muito lineares , neles existe a ilusão. Com areia que devora e abismos nas encostas.



Yasmine Lemos


25/11/2009

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

5 SENTIDOS



O homem beija o seio

Pousa o corpo leve

No ombro alheio

Pausa necessária



Sentir morrer

A saudade que se esconde

Sugar nada além do olhar

Cheiro de arrastão do mar



O homem reclama

A chama

E engole no gesto bruto

A saliva


 

Morre na boca

Esquece na mão

Tempo e entrega

Seio  - canção .




Yasmine Lemos


23/11/2009

FRASE




Ame ou odeie , mas sempre por perto .


Yasmine Lemos
23/11/2009

sábado, 21 de novembro de 2009

MÚSICA

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

JARDIM



Plantar
Cuidar
Flores sem outras mãos

Abelha meio que posseira
Sugando uma vida inteira
Voraz

Futuro igual
Ferrão lembrando
Vida real .




Yasmine Lemos


20/11/2009




quinta-feira, 19 de novembro de 2009

GESTOS




“Gentileza gera gentileza” (Profeta Gentileza)

...Não me aborreço com gestos brutos, mas com respostas sem jeito.
Não duvido de ações e fatos, o que me intriga é a passividade de quem as assiste, e não percebe que estava no mesmo cenário e não entendeu o enredo da história.



Não cobro nenhum super herói, como não deixo que me tomem atos impulsivos, mesmo que eles já tenham sido um fato e realização, desses não abro mão: beijo e abraço, silêncio e laço.


Reflexos do mundo, inacabado e negando aprendizado.






Yasmine Lemos


19/11/2009

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

SEU JORGE - Balanço e voz






SENTIR



... A única coisa que acredito possuir é o amor . E não entendo essa mania que ele tem de invadir, se apossar dos poucos espaços que conheço para engolir o mundo.

Ele tem coragem de me fazer sentir que nada tem uma explicação, só basta senti-lo. Aflição, uma quase convulsão no meio da paz.


E assim segue meu coração, que só sabe bater acelerado.






Yasmine Lemos


18/11/2009


terça-feira, 17 de novembro de 2009

CLICANDO NO X



A vaidade, assim como a amargura, pode nos limitar ao ponto da paralisia.
Quando focamos apenas a aparência – ou “aparências” – limitamos o nosso campo de percepção enormente. (Ovídio)

A natureza no seu ciclo natural expande nosso corpo, estica a estrutura óssea e o espírito, a cabeça muitas vezes tem que acompanhar a evolução, embora em alguns aspectos seja mais complicado.



Explicar as mudanças ambientais, os avanços da humanidade, ainda dá para se sair mais ou menos. Complicado é provar que o moderno é melhor do que o antigo, e se deparar com tantas coisas ruins que a modernidade gera.


Não entrei na onda do twiter. Já me bastava o Orkut que me exclui.


No twiter, exposição total da vida pessoal. Com raríssimas exceções de quem sabe usar realmente o meio de comunicação para alcançar objetivos profissionais.


Posso ser até crucificada, mas quem quer falar com seus amigos de verdade através da internet, usa o email, o MSN, agora nem eu sei. Prefiro pessoalmente , conversas olhando as reações do olhar .


Outro dia ouvi o presidente dos EUA, Barack Obama, não , ele não é meu AMIGO do twiter, dizer pela TV que era “desajeitado” para usar o site de relacionamentos.


Soou nos meus ouvidos que muito pelo contrário, ele sabe bem o poder que uma frase mal usada ou interpretada pode causar na vida de uma pessoa pública ou um simples mortal.


Conversei com uma viciada no twiter , e me deu uma sensação de carência de exibir-se por nada, de falta de assuntos consistentes.


Ela me disse que já tem mais de cem seguidores e que segue mais de 200, e só conhece mesmo 5 % das pessoas que fazem parte do seu quadro de amizades.


Disse-me que era amiga de Jô Soares, Willian Bonner, Pedro Bial, Marília Gabriela, José Serra, Aécio Neves. E não conhece nenhum. Mas é seguidora porque faz com que o perfil passe “moral” aos outros.


Ela não parava de narrar fatos interessantes. Outro dia, com essa história de apagão, um político perdeu um vôo, foi uma agonia. Era uma narrativa engraçada, “estou aqui, agora estou ali.”


E esse pessoal todo que acompanha, não faz nada, não trabalha? Indaguei.


No que resta são diálogos extremamente desnecessários, frases soltas que na minha humilde opinião não precisamos saber, se fulano vai viajar, dançar, beber wisque, vinho, cerveja... “eu estou cansada, cheguei agora da academia! ufa!” “Ontem tomei um vinho maravilhoso!”


Frases desse tipo: “Gente ganhei um carro”! “Hoje vai ter festa na casa da Lulu” Entrei junto com essa amiga na sua página e realmente não era exagero. E aí li uma frase brilhante: “ Hoje vou viajar para São Paulo, estou super nervosa...” Imaginei Jô Soares lendo, José Serra muito ocupado com seus afazeres políticos tendo que ler a bendita mensagem.


Ela continuava. Tem mais: “- Tem pessoas que não conheço e entram na minha página e ficam meus seguidores sem que eu possa fazer nada. Então faço isso com os outros também”.


Enfim, fiquei matutando o motivo, o objetivo disso, quando se tem uma fonte imensa de informações e a maioria das pessoas desperdiça com bobagens. Existe de tudo: filósofos, escritores, fofoqueiros (de ruma), curiosos (milhares) vaidosos ( não se sabe o número exato)e as celebridades que narram até o banho do bicho de estimação.


Vou caminhando e olhando para trás ,seguidores deixo para Jesus, Gadhi, Buda...


Clicando no X (cantinho da tela) , tô fora .






Yasmine Lemos


17/11/2009



segunda-feira, 16 de novembro de 2009

HOJE



Cada vez me entendo menos e sinto que cresço, me agiganto, percebo a transformação interna. Não viro alguém extraordinário. Com a mesma forma do corpo, sinto virar águia, tigresa, até coelho. Bichos temperamentais ou mansos. E continuar a mesma pessoa de sempre.



A sensação é tão minha e não sei se vale à pena registrar, imaginações sem um conteúdo forte. Ora, sou uma pessoa que acredita em anjos e demônios. Que dirá em palavras cortantes e transformações da natureza humana.


Um dia gritamos depois sorrimos,magoamos,perdoamos.


Hoje estou cansada, mas feliz porque não recebi ainda todas as respostas da vida, então terei muito que escrever. Mas hoje não. Estou cansada.






Yasmine Lemos


16/11/2009


quinta-feira, 12 de novembro de 2009

FELIZES



E naquele tempo nos sentíamos poderosos. Donos de uma verdade inquestionável.



Felizes. Braços solidários, cabelos fora de moda. Roupas se adaptando a transformação do corpo e na cabeça nenhuma maldade. Melodias e sonhos .


Éramos três, quatro, cinco. Até o número em que a alegria pede para parar. E ela nunca cansava.


E o tempo não voa.


Passa .


E a gente olha e não faz mais nada, além de lembrar.


E aquele tempo eu guardei pra mim.






Yasmine Lemos


12/11/2009


PENSAMENTO




...Não temo tempestades, choro algumas vezes mais do que elas e não derramo uma lágrima. Choro por dentro.



Como a noite me engole, deixo a escuridão secar.


Vem sempre o dia.


E olho o céu azul. Voar seria quase esse meu desejo. Mas voar é quase nada pra mim.


Melhor é enfrentar o mundo como tento, é ter coragem de seguir adiante.


É acordar e sentir minha força maior no amor que pulsa sobre todos os meus órgãos e sentidos. O espírito se regojiza, e não sou mais a tempestade, sou a mesma do sorriso de ontem, do cheiro grudado.


Quem não me entender, paciência. Todos os dias sou uma surpresa pra mim.



Yasmine Lemos

12/11/2009

terça-feira, 10 de novembro de 2009

ÍNFIMO




Na vida
Diversas coisas são mastigadas.
Engolidas,
Trituradas,
Sem sabor.


Indiferença
Maldade
Cinismo
Estender a mão ao inimigo
Desamor


Fruto de queimada
Ínfimo
Árvore inteira
Sem nenhum valor.





Yasmine Lemos



10/09/2009

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

PETIÇÕES DIÁRIAS



Eu não creio no tempo dos choros perdidos, eles existem e secam. Que a vida traga um sorriso largado com pouso certo e direto no meu colo de dormir.



Não quero a modernidade enjoada, tecnologia que se comenta quem caiu , quem sorriu , quem nada fez.
Recados em linha reta, pensamentos em cabeças tortas.


Não creio que as marcas na pele ficarão descascadas pela ira dos maldosos, sei que o tempo virá e nem um final será mais belo que um vestido velho, meio descosturado pelas mãos nos momentos de controlar angústias e alegrias quase completas e infinitamente naturais.


Terço nas mãos um pano vivo de emoções diárias, perdidas, encontradas.


Os um muros não são altos, mais existe o perigo que o vento faz com que os cabelos voem para lembrar que o tempo não dispensa o,que sopra, leva e traz.


Jamais esquecer. Aprender: muros que separam vidas que continuam perigos isolados, lembranças registradas, saudade consolada.


Permita-me vida que eu seja um ponto de encontro, uma paisagem para que jamais seja despedida. E basta um pequeno gesto do amor para que eu sobreviva e do velho vestido, siga rastros dos pontos reforçados pelas quedas nas horas das descidas ilusórias, declive da memória.


Eu creio. No vestido no corpo, desenvoltura entre a história e continuação do livro com brandura.


Ninguém escolhe dor, nem a cor da roupa do dia que antecedeu o choro ou o riso. As fotografias, nada mais do que um presente fora do tempo.


Como abrir o guarda roupa antigo. As roupas olhando me vestem de panos, o corpo obedece.


Observando o espelho, minha alma nua e leve, alguns remendos transformados numa colcha de vários sonhos retalhados, alinhavados e a felicidade sempre insistindo em decorar meu espírito.


Traga-me vida o de sempre: vontade de amar, chorar e emocionar.


Yasmine Lemos
09.11.2009






quarta-feira, 4 de novembro de 2009

ABSINTO





Amar é tomar o seu mais . 
Acreditar em fogo acalentador .
Gole de absinto
Queima tudo por dentro .
E eu não finjo .

Yasmine Lemos
04/11/2009


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