O escritor Rubem Alves, em uma de suas belas crônicas fala sobre a necessidade da poesia, do poeta, do pássaro em voo. “O poeta é aquele que ama o pássaro em voo... Não há nada mais terrível para um poeta do que um pássaro engaiolado”.
A escrita é libertação. Se não posso voar, se não sei tocar algum instrumento, criar músicas lindas, faço sonhos, invento poemas, quero dizer que ouso achar que posso ser um canal entre coração alheio e simplicidade da comunicação humana.
Procuro retirar os espinhos de flores em alguns momentos de alegria. Finjo que não existem, mesmo correndo riscos. Tentar separar sempre que puder as grades dos sonhos mais altos. Mas nem sempre é assim, existem quedas, pesadelos e asas quebradas, empurram-me de volta como um soco e atordoada, fecho todos os portais.
Posso descobrir outros mundos, universos paralelos que me permitem uma ousadia extrema, inexplicável. Já fui em terras desconhecidas, adormeci em ombros de anjos cobertos por asas.
Asas lembram pássaros, que lembram liberdade.
Poesia é o rosto de portas abertas, janelas e almas com livre acesso para o mundo .
Hoje acordei com vontade de voar, mas a força adormeceu em outro espaço, esquecida na volta de algum voo meu.
Não vou buscá-la, ela que venha atrás do meu corpo, espírito e seguiremos mais uma viagem. Num outro dia qualquer.
Yasmine Lemos
02/08/2010
Hoje você foi fundo!
ResponderExcluirComo posso voar se estou engaiolado?!!!
Estou digerindo ainda.
Luiz é que é o rei, né?
Obrigada.
Xeros.
Obrigada tb pelo carinho Ana! valeu.
ResponderExcluirbeijo