Conte uma história de amor. Tema da blogagem coletiva dos 3 anos do Cantinho She.Parabéns!!!
NÃO SEI CONTAR HISTÓRIAS DE AMOR
Tema provocativo como o amor ( exceto o amor de mãe, aquele verdadeiro, genuíno). Não conheço histórias de amor todas em cor de rosa. Conheço declarações soltas ao vento, bilhetes rabiscados, rasgados, perfumes evaporados. Desconheço conto de fadas, embora existam títulos de princesas e castelos com mofos empregnados nas paredes e lençois bordados de várias gerações,onde o avesso não se mostrava ,pois havia os nós, os erros e os cortes engolidos pelas noites estranhas . Esposas sorridentes, que jamais trincaram os dentes no ato necessário e presente. Inimigos íntimos. Sempre percebi a sedução enganosa, traiçoeira, previamente humana, a escassez das demências de ilusões mornas, que precedem os soluços de quem se achou inocente ou iludido. Promessas que adoçam a alma, verdades que são segundos de realidade em formato de ação, abraço e ato. Precisaria entrar na casa, no quarto, reconhecer fragmentos de cenas sem maquiagens. A doação forçada , a resignação, a prisão ,todos esses se reconhecem nas capas de revistas, na casa ao lado, naquela rua, naquela foto...
Falo aqui em casais que se esbarram e dentro dos seus quartos se encontram por minutos e o gozo nada mais é do que a matemática da obrigação corporal, sem beijo na boca, mas contínua e acomodada. Nada de pieguices. Tudo de verdade.
O amor real não tem amizade com o tempo, nem com conveniências, entregam-se os corpos e as almas não sabem nada desse mundo aqui, do outro lado do portal. Histórias de amor perfeitas são quadros pintados nas salas de outros. Aquele casal, aquela Estória ou História, não importa. São reais ou imaginárias aos olhos de quem sonha. Daquelas que se manisfestam nos retratos com brilho de montagem. São sorrisos jamais desmanchados, bolos de casamentos nunca saciados, decorados irritatemente corretos, filhos impostos pelo tempo do mundo. Programados como um calendário da jovialidade passageira, dando satisfação a uma sociedade irônica. São registros de “talvez” um amor, certezas de mentiras, dúvidas de alegrias e concreta coleção de bens.
Quero corpos que se procuram, se chocam e se magoam, sentam-se ao amanhecer e tomam um café amargo, pão requentado, beijo na boca viciado,frutos nascidos de um amor florido , espantoso como um arranjo e cacho de jasmim fora do tempo , no tempo certo para quem não enxerga o processo do nascimento querente. Seres humanos, gente normal, ali sim, o amor se aconchega. O amor não tem preconceito. Toda forma de amor merece respeito. Quero invadir a privacidade do muro alto, do exemplo gasto. Quero sentir a verdade nas paredes de cada lugar, com choro ou canto de alegria.
Prefiro defeitos vários, cicatrizes expostas, almas em sincronia até nas dores das palavras ferinas. O amor e a história são amantes, não são amigos. O amor e a história são apaixonados, não são acomodados. Reviram gavetas do tempo, rasgam pensamentos, vivem, gritam , sorriem, agradam se resguardam, se abusam, se arrependem,amam literalmente. Ultrapassam limites, insanos e felizes. Vários atos de amores em um quarto e fatos de total verdade e liberdade de fato.
A platéia quase sempre espera histórias de amores tristes, ou para sempre felizes. Não quero criar mentiras, nem reinventar verdades, quero contar que algum casal se amou tanto que as brigas e reconciliações destroçavam seus espíritos, depois numa reconstrução mística, apenas um olhar, ou cheiro, um silêncio se regeneravam todas as feridas e as mágoas. Vísceras, explosão de dores se acabavam, apenas num ato que ficou vago na sala gigante. Coisas reais, da vida real.
Como se fossem vento e tempestade, fruto e raiz, peito e saudade. Uma história de amor de verdade, sem ponto final. Não sei contar histórias de amor, sei viver ou imaginar, onde os sonhos valem muito mais.
Yasmine Lemos
23/01/2011
NÃO ME ABANDONE
Não me abandone, é preciso esquecer,
Tudo se pode esquecer que já ficou pra trás.
Esquecer o tempo dos mal-entendidos
E o tempo perdido a querer saber como
Esquecer essas horas que às vezes mata a golpes de por quês,
o coração de felicidade.
Não me abandone,
Não me abandone,
Não me abandone
Eu te oferecerei pérolas de chuva vindas de países
Onde nunca chove;
Eu escavarei a terra mesmo depois da morte,
Para cobrir teu corpo com ouro e luzes.
Criarei um país onde o amor será rei,
Onde o amor será lei e você será a rainha.
Não me abandone,
Não me abandone,
Não me abandone, eu te Inventarei
Palavras absurdas que você compreenderá
Te falarei daqueles amantes
Que viram de novo seus corações excitados
Eu te contarei a história daquele rei,
Que morreu porque não pôde te conhecer.
Não me abandone,
Não me abandone,
Não me abandone,
Quantas vezes não se reacendeu o fogo
Do antigo vulcão
Que julgávamos velho?
Até há quem fale de terras queimadas a produzir mais trigo na melhor primavera
É quando a tarde cai, para que o céu se inflame
o vermelho e o negro não se misturam
Não me abandone,
Não me abandone,
Não me abandone,
Não me abandones, eu não vou mais chorar
Não vou mais falar, Me esconderei aqui
Só para te ver dançar e sorrir,
Para te ouvir cantar e rir.
Deixa-me ser a sombra da tua sombra?
A sombra da tua mão? A sombra do teu cão?
Não me abandone,
Não me abandone,
Não me abandone,
Não me abandone.
Não me abandone.
Amiga,
ResponderExcluirResumo em 1 palavra: es-pe-ta-cu-lar!!!!
Fiquei de queixo caído. De verdade!!!
Lindo, lindo, lindo!!!!
Smackkkkkkkkkkkkkkk de boa semana!!!
beijão linda! uma semana de paz e amor!
ResponderExcluirVim conferir a sua blogagem coletiva e pense numa logagem:
ResponderExcluirArrasou!
Boa semana
Xeros
beijos e cheiros Ana! obrigada
ResponderExcluire vamos simbora com muito love!
SENSACIONAL! Amei, amei muito! Bela participação, minha querida, e pra mim foi uma honra te ter nela. Obrigada pelo carinho e pela festa linda que vcs fizeram! Acabei de te linkar na lista de participantes... ;)
ResponderExcluirBeijo, beijo!
She
Você merece She! parabéns e feliz pela sua festa !arrasou! beijão
ResponderExcluirGostei tanto que preciso destacar aqui algumas partes: "Conheço declarações soltas ao vento, bilhetes rabiscados, rasgados, perfumes evaporados. Desconheço conto de fadas, embora existam títulos de princesas e castelos com mofos empregnados nas paredes..."
ResponderExcluirSei que temos, na condição de humanos, que aprender muito sobre o amor!... Vivi grandes amores.. e amores falsos e machucados... "mas quero corpos que se procuram, se chocam e se magoam".
Viva o o amor real, o relacionar-se presente!
"Ne me quitte pas!" ...mas hoje sou eu que estou abandonando um relacionamento doente... que não quer se curar!...
Willian! tire o mofo e os fungos doentis .Deixe o sol entrar no seu peito e a cura chegará em breve
ResponderExcluirgrande beijo
Simplesmente fantástico,fiquei ko,rendo-me.
ResponderExcluirBeijinhos meus.
Oi Manuel! obrigada e parabéns pelo seus belos poemas
ResponderExcluirabraços e uma ótima semana
Bem realista o texto,pois o amor comporta tudo isto,afinal somos seres diferentes,bem diferentes,e quem ama compra o pacote completo.Parabés pela blogada.Também estou na coletiva da She.Bjssssssss
ResponderExcluirOi Zilda,
ResponderExcluirpois é o amor e seus dilemas apaixonantes e viciantes.
já li seu post muito bom tb
beijos