segunda-feira, 13 de junho de 2011

CORPO E PENSAMENTO



Temos diferenças e ao mesmo tempo somos iguais. Temos estranhezas e nesses momentos,somos idênticos.Instantes em que o mundo me dá vantagens em poder imaginar.Seja o que for. Nada mais tem lógica, ao não ser o meu sentimento. E ele me domina. Cansado. Esgotado. Pensativo. Às vezes penso em chorar, mas existe silêncio. Não existe vontade em soluçar, existe um pensamento angustiado. A dormência me toma o corpo, sem saber reagir.
Jogo a cabeça para o lado e lhe vejo novamente. Enrolo o lençol atrás da minha nuca e penso no que pode acontecer, e me recordo de tudo que foi. O relógio me diz que as horas passam na madrugada lenta, barulho de folhas secas, gatos brigando, carros em alta velocidade.
Consigo fazer com que o travesseiro deixe meu pensamento mais lúcido, mémoria vivida, onde há resquícios de fatos e atos menos preguiçosos e percebo meu corpo igual. Igual ao de ontem, de antes, de amanhã, o mesmo que você teve tempo de fazer o amor acreditar que é forte. A mémoria agora é a sonhada, imaginada que posso modificar o roteiro de tempo, em tempo, brincadeira da lucidez que se esconde.
Trago ele comigo lépido e livre quando se joga em você, como faço com a minha cabeça tentando dormir. O lençol agora já faz parte do mesmo movimento das mãos, enrolado, amassado feito papel mal escrito. Sempre foi assim, será assim. Eu tentando me encontrar em você. Quando a parte do outro fica feito uma esteira na beira do mar, esperando o corpo deitar, esperando o sol esquentar, esperando... apenas. E ao ter o contanto entre corpo e chão o atrito é mais do que qualquer pensamento com raciocínio estúpido e fala sem lógica. Há o saciar da espera e o deleite de quem ansiava o choque.
Feito onda na pedra, água fria no corpo quente, areia grudada na pele molhada. Fecho os olhos e não adormeço, me esqueço e continuo deitada na esteira do meu pensamento,quando ouço o barulho de ondas e depois do impacto natural formam pequenas espumas e minúsculos balanços do mar, despertei e pressenti: era você querendo chegar.


Pablo Milanes : Yo No Te Pido

11 comentários:

  1. Maravilha,Yasmine.Rica em detalhes que nos leva àquele lugar...Lindo!beijos,chica

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  2. Olá Yasmine
    Os sonhos, os devaneios os delírios, nos conduzem para nós mesmos. E mesmo que amanheça, sempre ficará a lembrança da noite mal dormida.
    Bjux

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  3. Oi amiga, muito legal seu texto, eu tb tenho escrito coisas assim, mas acabo não publicando rsss
    Beijos pra ti e uma ótima semana!

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  4. Oi Yasmine!
    Em meio ao dormir e o acordar, mergulhamos em devaneios, encontros e o desencontros entre corpo, pensamento e sentimento... Quem vencerá? O sono que a tudo redime...

    Beijos e lindos sonhos!

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  5. E o pensamento profundo. Distante e perto.
    Bom diaaa!
    (acho que agora vai)

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  6. Pois é, de repente a gente pode pensar que nem o Pessoa: "Uma sombra num chão irreal, um sonho num transe". Beijo de zélia

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  7. Bom dia menina poetisa, acordastes com o coração envolto em poesia...lindo texto que me fez delirar e imaginar como seria sentir meu amor chegando, quem sabe em meus sonhos, quem sabe em meus pesadelos, mas sempre tentando imaginar como seria a tua chegada, sem nunca ter que imaginar como seria a tua partida...Belo e inspirador...Abalou! BJIN!

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  8. Belo, Yasmine.
    Texto magnífico de vivência intensa.

    Beijo

    SOL da Esteva
    http://acordarsonhando.blogspot.com/

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  9. Oi Yasmine!
    Tem um selo para você em emu blog!
    Beijo!

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  10. Nas solitárias noites, todas as sensações são mais intensas...


    Beijos meus!
    AL

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Amor e Paz

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