Antes tivesse confessado minha paixão por bregões antigos. É isso. Daqueles bem cafonas, sou fã dessas músicas, MPB em geral, menos esses batidões pré- enxaqueca, e um sertanejo pop que está gritando nos meus ouvidos, sem esquecer os axés da vida com coreografias apelativas, mas tem que goste e este é o nosso de Brasil, cheio de misturas democráticas.
Eu confesso, não ao garçom, sem roedeira ou dor de cotovelo: eu gosto de ouvir músicas cafornas antigas e dançar agarrada com meu par. Influência ou não , as
secretárias domésticas da minha infância ,tinham nos seus quartos posters imensos de Waldick Soriano, Odair José, Sidney Magal,o bam-bam-bam da época com seu estilo aciganado e outros que faziam inveja aos namorados delas.
Lá em casa a música sempre foi pauta, conheci a nata do chorinho, Chico, Caetano e a turma da tropicália passando por Taiguara, sem falar no rei Roberto, LPs enormes, famosos bolachões.
Mas eu me deliciava quando ouvia do radinho de pilha o som vindo do quintal uma voz fanhosa, sem nenhum atrativo que cantava choroso: “... eu vou tirar você desse lugar, eu vou levar você pra ficar comigo...” (Odair José) eu não sabia que lugar era este, mas hoje sei que ele foi bem corajoso e apaixonado.
Tinha também a voz rouca de Waldick, com seu chapéu e óculos que marcaram uma geração de apaixonados. Não tinhamos discos deles nem de Fernando Mendes, mas hoje curto demais com minha turma de amigos, nossas tardes bregas escolhendo as músicas que ouvía no quartos das domésticas que me mostravam perfumes fortes, batons quase iluminados, e os compactos que eram mais baratos, enchiam suas prateleiras. Antes de Caetano gravar “você não me ensinou a te esquecer” de Fernando Mendes, eu já curtia muito, já guardava meus CDs, depois virou chique ser brega, fingir que era. Atitudes que dispensam comentários.
Tinha também a voz rouca de Waldick, com seu chapéu e óculos que marcaram uma geração de apaixonados. Não tinhamos discos deles nem de Fernando Mendes, mas hoje curto demais com minha turma de amigos, nossas tardes bregas escolhendo as músicas que ouvía no quartos das domésticas que me mostravam perfumes fortes, batons quase iluminados, e os compactos que eram mais baratos, enchiam suas prateleiras. Antes de Caetano gravar “você não me ensinou a te esquecer” de Fernando Mendes, eu já curtia muito, já guardava meus CDs, depois virou chique ser brega, fingir que era. Atitudes que dispensam comentários.
Odair José
Nessas alturas do campeonato quando escuto Luan Santana, Paragolé, Psirico ganhar prêmios de melhor cantor, melhor música e carregar multidões de jovens para seus mega shows, eu gosto cada vez mais da minha turma antigona. “... hoje que a noite está calma e a minha alma esperava por ti...” (Waldick Soriano).
E quem quiser que torça o nariz, eu também sou brega e adoro o cachorrão e aquele que tirou ela daquele lugar.
Yasmine Lemos
06/04/2011
Torcer o nariz? Tá de brincadeira, moça? rsrs.
ResponderExcluirNuma de minhas últimas crônicas, escrevi justamente sobre gosto pessoal e o péssimo hábito que os outros têm de querer impor seus gostos pessoais.
Sou muito eclético quanto à música. Mas, essas ondas novas que surgem em cada esquina vão demorar para entrar em minha lista de "escutáveis". Gosto de música antigo, do clássico ao sertanejo, e passando pelo brega sim, por que não.
O problema é que alguns querem criticar sem amo menos conhecer, como é de costume... Quanta gente, que dizia detestar o Magal, mas que quando estava sozinho, corria ouvir e ficava lá, tentando rebolar igual a ele... rsrs.
Perfeito, Yasmine. Adorei a crônica.
Abraços.
Marcio
Olá amigas
ResponderExcluirEsses dois são inusitados, já marcaram época , mas confesso que não tenho mais paciência de ouvir suas músicas, nem para recordar.
Bjux
Marcio, rss tb fazia minhas perfomances "as frenéticas" então rss afff bjs
ResponderExcluirCristina como ja lhe disse, é saber respeitar o próximo ,base de uma vida civilizada,beijão
Geisson bem vindo..
Wanderley kkkkkkkkkkk vou mandar um cd pra vc !!! uma seleção breguinight! bjs
É muito interessante perceber que a música, enquanto arte, não se prende ao tempo.
ResponderExcluirCadinho RoCo
Oi Cadinho, uma verdade.Tempo e música não andam na mesma linha dos ponteiros. abraços
ResponderExcluirDevo concordar que gosto musical é mesmo pessoal, mas vamos combinar que "mal gosto musical" está virando moda.
ResponderExcluirFalo da parte desses novos bregas e rebolations da vida.
Ganhar prêmios é demais.
A boa música está entrando em extinção.
Pior que aqui em casa, meus filhotes gostam de muitas músicas de gosto refinado, mas as vezes não consigo impor a boa música, pois essas músicas, se é que posso chamar de música, sem cultura, nem originalidade, tem invadido aqui, sem pedir permissão. E olhe que programa de TV aqui, não entra.
Estou no combate. rs
Xeros
Ana rss estou imaginando você "combatendo" o gosto musical de Matheus e Huguinho rss aff maria! beijão
ResponderExcluirOi, Yasmine. Que tema delicioso! Naquela época, basicamente a música brasileira se dividia entre engajada, bossa nova e romântica, que abarcava esse cantores que você citou. A denominação brega veio bem depois (acho que por esse mesmo pessoal que curte hoje esse infernal barulho sem melodia nem harmonia e chama de pop, axé e outras barbaridades.rsrs). O brega de antigamente está virando cult hoje, apreciado por pessoas de gosto mais refinado. Até termos uma nova onda de criação na nossa combalida MPB moderna, eu também acho melhor curtir esse romantismo extremado, gostoso e por vezes até engraçado dessa geração. Gostei muito, minha querida. Meu abraço. paz e bem.
ResponderExcluirOi Cacá! rss é bom demais curtir ,rimos muito com as letras também ,sem dúvida,mas eu mato mesmo é a vontade de criança de cantar alto e dançar..rss abraços
ResponderExcluirEstou contigo e não abro e voce sabe disse, vez por outra a gente se enontra para tomar um vinho e não sai outra que não seja musicas do meu tempo e que voce na sua "velhice" precoce curte adoidado. hahahahaha beijo e te amo
ResponderExcluirNesta minha 1ª visita
ResponderExcluirachei o blog variado e interessante:
Saudações poéticas