sexta-feira, 1 de outubro de 2010

ARTIMANHA



Quando um choro quer espernear no meu peito, com as chaves nas mãos do pensamento, ponho os cadeados fechados, e as ferrugens me arranham, e o tremor no corpo é a prova que há uma agonia tentando explodir dentro de mim, embrenhando-se nas lembranças de atos desumanos.

É preciso ultrapassar a memória, é necessário não deixar as portas e janelas abertas de um corpo querendo festa. A música me ajuda, acalentando a dor na alma deixando que a melodia entre , cante , emocione, e até chore para ela, fazendo o meu papel de vítima escolhida na frieza dos que não sabem sorrir e amar ao próximo.

Meu corpo fica, mas eu vou com a alma e a tristeza não me reconhece, pois sou semente que brota e não erva daninha que esgota a euforia.

Guerra entre choro, realidade, sensatez e minha vontade de querer todos iguais, nenhuma distinção, nem preço.

Sonho infantil, imaturidade de quem apenas escreve o que sente e engana-se floreando páginas, onde nas entrelinhas o coração pulsa e seus tons alteram como minha respiração.

Preciso entender melhor o mundo, as pessoas, preciso, mas não quero.

Escondo-me no meu mundo, “Terra do Nunca”, Peter Pan, Sininho e Capitão Gancho, pouco importa, não mato a infância, dela eu tenho sede, para que nessas horas, a alegria espante com um sorriso largo todas as más intenções adultas.



Yasmine Lemos

01/10/2010

2 comentários:

  1. Oi,Yasmine!Obrigada pela visita!Temos uqe manter nosso lado infantil, mágico e ludico vivo dentro de nós se não a nossa vida perde a graça.
    Um ótimo findi!
    Beijos

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  2. É isso mesmo Flor , temos que guardar e bem guardado nossas infantilidades...beijos um fds em paz

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Amor e Paz

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